sexta-feira, 6 de junho de 2008
O líder do governo José Serra na Assembléia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), continua a desmerecer a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o "propinoduto" da multinacional francesa Alstom no Estado. Na terça-feira, 3, o deputado estadual tucano orquestrou a rejeição de requerimentos do PT, na CPI da Eletropaulo. A oposição pretendia convocar Mauro Arce e Andréa Matarazzo, que ocuparam a secretaria de Energia ao tempo dos contratos com a Alstom. O governador José Serra chamou a investida de "kit PT".- A oposição está exercendo o jus sperniandi (direito de espernear). CPI no Brasil é pizza, é oba-oba. Não acho que deva ter CPI - diz Barros Munhoz.
As investigações dos Ministérios Públicos da Suíça e da França indicam uma propina da Alstom de US$ 6,8 milhões. Esse valor, segundo revelou o jornal Wall Street Journal, teria sido pago a políticos paulistas para viciar uma licitação de US$ 45 milhões do Metrô de SP. Entre 1998 e 2001, empresas fantasmas podem ter sido usadas para escoar o suborno. A Alstom também possui vínculos federais, mas o epicentro das denúncias está no governo paulista. A multinacional francesa tem contratos com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Metrô, CTEEP (Companhia de Transmissão Energia Elétrica Paulista), Cesp, Eletropaulo e Sabesp. Para o deputado Barros Munhoz, há um interesse eleitoral "óbvio" no escândalo. Ele defende a apuração no Ministério Público.
- A CPI dos Cartões virou esse pizza grande. Palhaçada, palhaçada. O que acontece? Apurar, tudo bem, mas só pra deputado aparecer bonitinho na televisão? Não é esse o instrumento de fazer isso. Gasta dinheiro, gasta tempo, desvia atenção... E já está no Ministério Público. Terra Magazine.
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