quinta-feira, 26 de junho de 2008

 
CASO ALSTOM E OS TUCANOS
Claudio Mendes omitiu participação em empresas
Sócio da Inter Empresarial Comercial Importação e Exportação e da Techpar Engenharia e Participações pode ser acusado de falso testemunho
Eduardo Reina
Cláudio Mendes, o grande negociador de propinas para políticos de São Paulo com a Alstom e principal suspeito do caso envolvendo a multinacional, segundo a Justiça da Suíça, omitiu informações sobre a sua participação em empresas de consultoria, importação e exportação durante depoimento ao Ministério Público brasileiro. Embora Cláudio Luiz Petrechen Mendes, empresário que atua no setor energético, de representação e consultoria tenha negado ser "C.M." - sigla que aparece em comunicados apreendidos pelos suíços -, há documentos demonstrando sua suposta participação nas negociações de remuneração que atingiram 7,5% do valor de contratos em 1997.Aos promotores brasileiros, ele admitiu ser sócio da falida Inter Empresarial Editoria Ltda., da Ockham Holding e Participações, antiga Penedo Consultoria e Participações, além da Cemsa. Mas omitiu ter sociedade na Inter Empresarial Comercial Importação e Exportação e na Techpar Engenharia e Participações, o que pode caracterizar falso testemunho.Na Cemsa, ele era sócio Paulo de Antonio Bonomo, ex-presidente da Dersa, investigado por contratar prestadora de serviço sem licitação durante a sua gestão no órgão (1990-1992) - um contrato de R$ 12 milhões. Bonomo também aparece como sócio de Mendes na Techpar. Outro integrante da sociedade que teve início em 1993 é L.G.F.P., diretor de empresa de engenharia que tinha negócios não muito claros com o Ministério da Saúde na gestão Fernando Collor de Mello e foi investigado pela Polícia Federal. A Inter Empresarial, também omitida no depoimento, funcionou, junto com a editora falida, em um casarão na Rua Ibsen da Costa Manso, no Jardim Paulistano, zona sul de São Paulo. De acordo com pessoas que conheceram Mendes, ouvidas pelo Estado, o local era usado como escritório político e também para pagamento das supostas propinas. O empresário suspeito teria começado a intermediar negociações entre empresas e o governo paulista no final da década de 80 e atuado até 2004. Passou pelas gestões Orestes Quércia, Luiz Antonio Fleury, Mário Covas e Geraldo Alckmin.Na ex-Penedo, aberta em 2000, hoje Ockham, a composição societária mostra o nome de um ex-secretário de Administração Federal em 1991 no governo Fernando Collor e ex-chefe da Casa Civil do governo maranhense, na gestão do governador José Reinaldo Tavares.À promotoria brasileira, Mendes admitiu conhecer o consultor franco-brasileiro Jean Pierre Courtadon, também investigado no caso Alstom. Courtadon aparece nas investigações suíças como operador da empresa offshore Andros Management, nas Bahamas. O advogado de Courtadon foi procurado e não retornou as ligações. O nome do consultor aparece em comunicado da empresa Cegelec, do grupo Alstom, como interlocutor de Mendes.A secretária de Mendes na sede de uma de suas empresas, no bairro da Consolação, informou que ele viajou e não teria como contatá-lo. Em outro endereço, no bairro de Higienópolis, também foi informado que ele está em viagem.O ESQUEMAIntegrantes do Ministério Público brasileiro, suíço e francês investigam suposto esquema de propina para integrantes do governo do Estado de São Paulo em troca de contratos milionários. Documentos apreendidos na sede a Alstom na Suíça apontam esquema vigente de 1998 a 2001. O valor das comissões chega a pelo menos R$ 13,5 milhões.Bilhetes mostram possíveis participações de integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), da Secretaria de Estado de Energia e até de um secretário que trabalhava com o governador Mário Covas. Um dos intermediários seria Mendes. O outro pode ser Robson Marinho, coordenador da campanha de Covas em 1994, chefe da Casa Civil de 1995 a abril de 1997 e desde então conselheiro do TCE. Ele nega participação. O esquema usaria contratação de prestadoras de serviços para repasse da "remuneração" às partes envolvidas.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080626/not_imp196031,0.php

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